Com tecnologia e produtividade, cana-de-açúcar volta a brilhar no Norte Pioneiro
Esqueça a figura emblemática do boia-fria de mãos calejadas e facão em punho que passa o dia enfurnado em canaviais desviando de cobras. Do alto de um dos tantos pequenos morros do Norte Pioneiro é possível ver as imponentes máquinas que praticamente aposentaram a profissão no Paraná arrancando em questão de segundos uma infinidade de cana-de-açúcar do chão. Revolução tecnológica que fez com que a cultura retomasse os bons tempos em Jacarezinho, principal polo paranaense.
Sozinha, a cidade de quase 40 mil habitantes produziu 1,5 milhão de toneladas de cana na safra 2019/2020, matéria-prima base do açúcar, do etanol e, mais recentemente, fonte de energia com a queima do bagaço e a transformação em biomassa. Conseguiu, também, remediar de certa forma o desemprego, já que muitos dos antigos boias-frias foram remanejados para outras funções dentro das usinas.
Modelo seguido à risca pela Usina Jacarezinho, braço sucroalcooleiro do grupo Maringá, e eixo principal da engrenagem na região. A empresa conta atualmente com 1.200 colaboradores diretos – ou 3% da população da cidade. Muitos deles adaptados, retirados do trabalho braçal. Há, ainda, 264 produtores ligados, que entregam 100% da produção à usina.
Exército que movimenta 2,5 milhões de toneladas por ano, o que obrigou a empresa a criar ramificações em cidades-satélites como Cambará, Santo Antônio da Platina, Andirá e Bandeirantes, entre outros. São, atualmente, 33 mil hectares de canaviais, que viram açúcar (55%) e etanol (45%) para serem usado no mercado interno e também exportados.
“Trabalhamos em três turnos, 24 horas por dia. O mercado está aquecido e precisamos expandir. As máquinas nos permitiram ganhar eficiência e produtividade, mas ainda podemos evoluir. Hoje, em média, nossa produtividade é de 92 toneladas por hectare. Queremos chegar em 100 em um curto prazo”, afirma o gerente operacional agrícola da usina, José Ricardo Zanata