Seab confirma perdas no milho e estima impactos no trigo após geada
O boletim semanal de conjuntura agropecuária feito pelo Deral (Departamento de Economia Rural) da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento) confirmou a estimativa de prejuízos nas lavouras de milho e trigo causados pelas geadas que atingiram o Paraná na madrugada de Quarta-feira (25/06/25).
Divulgado nesta Quinta (03/07/25), o boletim apontou piora nas condições da segunda safra do milho, que tiveram um aumento de 11% para 14% de lavouras em condições ruins. As áreas em condição mediana permaneceram estáveis em 18%. Segundo o Deral, o aumento já é reflexo da geada.
O agricultor Adão de Pauli, proprietário de terras próximas ao Distrito de Lerroville, em Londrina, já estimava, na semana passada, grandes perdas na safra de milho em sua propriedade. Segundo ele, o levantamento do Deral ainda é tímido em relação às perdas, que podem variar de uma propriedade a outra em razão do clima em cada região e da época de plantio da cultura.
Pauli estima perder de 30% a 35% de produtividade. “Era o meu lucro. Eu estimava colher 260, 250 sacos. Se eu colher 140 vai ser muito. [A geada] foi feia na minha propriedade. A gente só vai ver esse índice realmente lá na hora que a gente entrar com a máquina, daqui um ou dois meses”, lamenta o agricultor.
O boletim do Deral também apontou que, nesta semana, 76% das lavouras atingiram o estádio de maturação, o que, possivelmente, retira essas áreas do risco de danos por futuras geadas.
Pauli também é diretor do Sindicato Rural de Londrina. O produtor acredita que, pela sua experiência, não haverá alterações no preço do milho, apesar das perdas ocasionadas pela geada. “Não interfere no preço porque vai se colher muito milho no Mato Grosso… Na região de Maringá, Campo Mourão, eles também estão colhendo cerca de 300 sacas”, frisou.
TRIGO
O Deral apontou em seu boletim uma piora nas condições das lavouras de trigo mais desenvolvidas no Paraná, especialmente no Norte do estado em razão do estádio de floração da cultura.
“Isso fez com que as condições das lavouras, que até a semana passada estavam em 99% boas e 1% médias, fossem reavaliadas para 84% boas, 9% médias e 7% ruins, conforme o gráfico”, descreveu o departamento.
De acordo com o documento, as áreas em condições ruins equivalem a mais de 50 mil hectares e deverão produzir bem abaixo da estimativa inicial quando ocorrer a colheita, prevista para o final de agosto. O dano ainda pode ser maior, já que só poderá ser melhor avaliado na fase de frutificação, quando há enchimento dos grãos.
Fonte: o bonde