PESQUISA DA UENP ANALISA ANTICORPOS CONTRA A COVID-19
O Núcleo de Estudos e Enfrentamento da Covid-19 da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) divulgou o resultado de uma pesquisa realizada em 14 municípios do Norte e do Norte Pioneiro para avaliar a presença de anticorpos na população. O resultado que aponta 8,5% da população adulta possuem anticorpos para a doença. O estudo tem um nível de confiança de 95%.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com as Regionais de Saúde de Cornélio Procópio e Jacarezinho, secretarias municipais de Saúde da região e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), e contou com apoio da Fiocruz/Bio-Manguinhos e do Ministério da Saúde.
O coordenador do estudo e professor da Uenp, Ricardo Castanho Moreira, afirmou que a pesquisa foi disponibilizada para as Regionais de Saúde, servindo de base para o planejamento e elaboração de ações estratégicas de combate à Covid-19. “Os dados resultantes do trabalho podem auxiliar o poder público nas tomadas de decisões nesse momento de pandemia”.
No período de 11 de junho a 11 de agosto foram avaliados 527 voluntários com o objetivo de identificar a presença do anticorpo IgM e IgG contra a SARS-COv-2, vírus causador da Covid-19.
A média de idade dos pacientes foi de 36,9 anos, sendo 60,4% mulheres e 39,6% homens. A maioria dos participantes reside em zonas urbanas.
A população da região está estimada em 511.603 habitantes, 294.874 deles na faixa etária de 18 a 59 anos. Para o pesquisador, é possível projetar o resultado de 8,5% para a população de adultos da região e encontrar um total estimado de 25.064 pessoas que já tiveram contato com o vírus em todo o Norte do Paraná.
Porém, ele alerta que a presença de anticorpos não significa uma imunidade duradoura à doença. “O fato do paciente apresentar anticorpos não garante que ele não possa ser reinfectado. Precisamos entender que a pandemia não acabou, devemos nos manter firmes e estimular a adesão às medidas de precauções da transmissão do vírus, como uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento social e evitar aglomeração”.
Castanho também afirma que o resultado da pesquisa demonstra que o vírus se espalha de maneira rápida. Segundo o Boletim Epidemiológico Especial do Ministério da Saúde, o Paraná é o segundo estado que mais realiza exames RT-PCR para detectar a presença do novo coronavírus no organismo. Desde o começo da pandemia foram examinadas 536.853 amostras. Em relação aos números de testes proporcionalmente à população, o Paraná também aparece no topo, em terceiro lugar. Foram 4.574 exames para cada 100 mil habitantes.
Na pesquisa do Núcleo de Estudos e Enfrentamento da Covid-19 da Uenp foi utilizado o teste TR DPP® COVID-19 IgM/IgG, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, que possui uma sensibilidade de 93,5%.
O teste, que é uma evolução do teste rápido de fluxo lateral, garante a ampliação dos níveis de sensibilidade e especificidade ao separar o processo de ligação antígeno-anticorpo do processo de revelação, com resultados confiáveis.
O resultado é concedido por um equipamento chamado microleitor, que diminui a possibilidade de erro humano e registra automaticamente os dados em computador. Utilizando apenas uma amostra de sangue é possível realizar duas reações independentes simultaneamente, permitindo a detecção diferenciada de IgM e IgG, a partir da mesma amostra.
AMBIENTE DE TRABALHO – Compartilhar talheres, pratos e copos no trabalho pode aumentar em até duas vezes a chance de exposição ao vírus, em relação a quem não compartilha estes utensílios. Manter o distanciamento físico das pessoas no ambiente de trabalho também reduz em 43% a chance de exposição ao vírus.
CIDADES – A pesquisa foi aplicada nas cidades de Andirá, Bandeirantes, Barra do Jacaré, Cambará, Carlópolis, Cornélio Procópio, Leópolis, Quatiguá, Ribeirão do Pinhal, Santa Mariana, Santana do Itararé, Santo Antônio da Platina, Sertaneja e Siqueira Campos, que estão entre os 43 municípios que compõem a região.
Por: Tarobá News