Deputado Ricardo Arruda é suspeito de cobrar propina para defender PMs banidos
O deputado estadual missionário Ricardo Arruda, do PL, está sendo investigado por associação criminosa, tráfico de influência e desvio de dinheiro público no âmbito de um processo que veio à tona nesta terça-feira (14). A suspeita é de que o parlamentar fazia uso do cargo para interferir em decisões administrativas do Executivo – na maioria dos casos, com o intuito de reintegrar policiais militares banidos da corporação. Em troca, ele teria cobrado altos valores pelos serviços ilegais prestados. Pelas cifras que constam na denúncia, o total recebido teria sido de pelo menos R$ 350 mil em práticas supostamente cometidas entre outubro de 2016 e meados de 2017, com arranjos traçados dentro do próprio gabinete.
Desvio de dinheiro
O processo contra Ricardo Arruda também indica uso ilegal de dinheiro público. De acordo com as investigações, o político e dois de seus ex-assessores desviaram R$ 17.635 mil da Assembleia Legislativa.
O dinheiro, afirma a denúncia, foi solicitado como reembolso para pagar serviços informais prestados ao deputado, mas, na verdade, teria sido empregado no pagamento de conteúdos sobre Arruda em um jornal evangélico, com fins eleitorais.
Ricardo Arruda foi eleito deputado estadual no ano passado pela 3ª vez consecutiva, com fortes acenos para o eleitorado evangélico do Paraná. Nas redes sociais, ele se descreve como “cristão, patriota raiz e gestor financeiro”. Em seus discursos na tribuna, são comuns defesas à classe dos policiais militares do estado.
Nas duas últimas legislaturas, ele presidiu a Corregedoria da Assembleia Legislativa, que tem função de garantir o cumprimento, pelos deputados, do regimento interno, do Código de Ética e do Decoro Parlamentar da Casa.
A Assembleia Legislativa informou no fim da tarde desta terça-feira que não tem ainda conhecimento oficial da denúncia. A Polícia Militar do Paraná não se manifestou.
Em nota, o MPPR reiterou o teor das investigações, resultantes na denúncia encaminhada ao Tribunal de Justiça do Paraná em 7 de janeiro de 2020. “De acordo com apurações da Subprocuradoria-Geral de Justiça do MPPR, o agente público faria parte de esquema criminoso – com a participação de outros servidores públicos, também denunciados – que envolveria o uso do gabinete parlamentar para o cometimento de atos ilícitos. Os fatos apurados teriam ocorrido entre outubro de 2016 e meados de 2017”.
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