CURITIBA – EX MARIDO ACUSADO DE ENCOMENDAR MORTE DE GERENTE DA CAIXA FICA EM SILÊNCIO DURANTE DEPOIMENTO

CURITIBA – EX MARIDO ACUSADO DE ENCOMENDAR MORTE DE GERENTE DA CAIXA FICA EM SILÊNCIO DURANTE DEPOIMENTO

Ele foi preso em flagrante pelo crime, nesta terça-feira (29), junto com outras duas pessoas suspeitas de envolvimento no caso

Antônio Henrique dos Santos, o ex-marido acusado de encomendar a morte de Tatiana Lorenzetti, de 40 anos, decidiu ficar em silêncio durante depoimento à polícia, na tarde desta terça-feira (29), na Delegacia da Mulher, em Curitiba. Ele foi preso em flagrante pelo crime, junto com outras duas pessoas suspeitas de envolvimento no caso.

“O Antônio manifestou o seu direito constitucional de só responder as perguntas em juízo. Então ele se manteve calado, mas na minha opinião como delegada de polícia e com as investigações tenho a certeza de que ele está envolvido no crime”, disse a delegada Vanessa Alice, da Delegacia da Mulher, em entrevista à Banda B.

A delegada acredita que o plano do ex-marido era simular um assalto seguido de morte para que o caso fosse enquadrado como latrocínio.

ENVOLVIDOS

Os outros dois homens presos, André Luiz Correia Barboza e Thales Arantes da Silveira Serafim, teriam dado cobertura para a fuga do quarto envolvido, o autor do disparo que matou Tatiana. “Autuamos em flagrante dois homens, os quais estavam dando cobertura para o autor do crime. Depois de assassinar a vítima, ele correu para o carro de André e Thales, um Logan prata. Quando viram que estavam sendo perseguidos pela Polícia Militar, diminuíram a velocidade e o atirador pulou do carro ainda em movimento, simulando que estaria fugindo”, descreveu Alice.

Na sequência, o autor do disparo acabou morrendo em confronto com a Polícia Militar (PM). Posteriormente, André e Thales procuraram a PM e alegaram terem sido vítimas de sequestro. Eles também foram até a Delegacia da Mulher se defendendo com a mesma história.

A dupla foi interrogada e acabou confessando ter sido contratada por Antônio para a simulação de um latrocínio contra Tatiana. O valor pago pelo “serviço” aos três (André, Thales e o atirador) teria sido de 25 mil reais. Um outro homem, que está foragido, seria o quinto envolvido no crime e teria sido responsável pela ‘ponte’ entre os três suspeitos e o ex-marido da gerente da Caixa Econômica Federal (CEF).

MOTIVAÇÕES

Ainda segundo Alice, Antônio tinha conflitos com a esposa há algum tempo e contra si uma medida protetiva solicitada pela ex-mulher. “Ele tinha problemas com relação à pensão alimentícia, à guarda da filha e posteriormente ficamos sabendo que ele pretendia matar a mulher para ficar com o suposto benefício que a Tatiana teria feito em nome da filha menor do casal. Com a morte dela, ele ainda poderia ficar com a guarda da menina e não precisaria mais pagar pensão. Ele ameaçou até mesmo os familiares dela”, revelou a delegada.

CRIME

Tatiana Lorenzetti era gerente da Caixa Econômica Federal (CEF) e foi baleada na cabeça depois de entregar a bolsa para um suspeito, que mesmo sem reação da vítima atirou. O crime aconteceu, nesta segunda-feira (28), quando a mulher saía do banco, na Rua Desembargador Ernani Guaritá Cartaxo, no bairro Capão Raso, em Curitiba.

No local, familiares levantaram a hipótese de um crime passional, tendo em vista a medida protetiva que a gerente tinha contra o ex-marido, Antônio Henrique dos Santos.

Segundo transcrição telefônica obtida pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), e compartilhada com a Delegacia da Mulher, Santos teria encomendado a morte de Tatiana. Para o MP-PR, a troca de mensagens demonstra a “clara intenção” de matar Tatiana para obter a guarda da filha e se tornar controlador de uma possível indenização que a menor é beneficiária, decorrente de seguro de vida.

O acusado é ex-atleta da Seleção Brasileira de Luta Olímpica e chegou a disputar o Mundial do Uzbequistão em 2014.

Santos, é servidor público do Estado e está lotado no Instituto Médico Legal (IML) de Londrina. De acordo com informações do Portal da Transparência do Estado, ele exerce o cargo no órgão como auxiliar da perícia oficial desde agosto de 2018, cumprindo uma carga horária de 24/72 horas. Como reside na capital, Santos trabalhava uma semana em Londrina e outra em Curitiba

Informações: Banda B

LONDRINA NEWS