Erro Médico pode ter provocado a
morte de bebê de 09 meses em São José da Boa Vista Pr. Município de 6.160
habitantes.
Uma criança de nove meses foi levada
pela mãe, por volta das sete horas da manhã do sábado, dia 17, ao Hospital
Municipal de São José da Boa Vista, cidade localizada na região de Wenceslau
Braz, com fortes dores abdominais. A bebê foi atendida pelo médico de plantão,
Luiz Henrique da Silva, que prescreveu supositório, um medicamento para gases e
outro para dor, acreditando que a bebê estivesse “ressecada”.
Mesmo diante ao choro intenso, o
profissional determinou que a genitora esperasse com a filha do lado de fora do
hospital, pelo período de uma hora, para que depois a paciente fosse novamente
avaliada.
Diante da dor visível, a responsável
foi à casa do médico José Lázaro Ferraz, que é candidato a prefeito do
município. Ele a diagnosticou com constipação intestinal; ressecamento das
fezes no intestino. Acreditando ser esse o diagnóstico correto, prescreveu uma
lavagem intestinal e encaminhou Brenda ao Hospital de São José para que o
procedimento fosse feito por Luiz Henrique.
Mais uma vez Luiz determinou que a mãe
esperasse com a criança no colo do lado de fora, até que, novamente, a chamasse
para atendimento. Nesse intervalo, Rivalene, uma vizinha do local, incomodada
com o choro, convidou a mãe, Adriana, para esperar em sua casa.
Ao perceber o desespero da mãe, enviou
uma mensagem a Fabíola Castro Dano Albergoni. Entretanto, por não ser médica
contratada para atender no Hospital de São José, ela foi à casa e a examinou.
Convencida que o caso era extremamente
grave e acreditando ser uma torção intestinal (nó na tripa), enviou mensagem
para um enfermeiro, sugerindo o encaminhamento imediato da menina a um hospital
que pudesse resolver o problema, o qual teria grandes possibilidades de ser
cirúrgico.
Entre os atendimentos pelos médicos
Luiz Henrique e José, a menina e a família viveram uma longa espera até a
transferência para o Hospital Infantil de Londrina.
DA VIAGEM PARA LONDRINA
Brenda foi transferida em uma
ambulância da Prefeitura de São José da Boa Vista, sem acompanhamento médico.
Ao passar pela cidade de Jataizinho, na região metropolitana de Londrina, a
bebê já teria sofrido duas paradas cardiorrespiratórias, o que fez o motorista
da unidade móvel de saúde buscar socorro junto Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência daquela cidade.
A bebê foi retirada da ambulância e
colocada na ambulância do SAMU, onde faleceu pouco antes de chegar ao Hospital
Infantil. A morte ocorreu às 17h05m, cerca de dez horas após ser atendida pelo
Doutor Luiz Henrique e nove horas após ser atendida por José Ferraz.
O QUE DIZEM OS MÉDICOS
Dr Luiz Henrique nada disse, pois não
quis se manifestar.
O médico José Ferraz não foi localizado
pela reportagem.
Doutora Fabíola informou à redação que
não fez mais do que cumprir o juramento médico e que socorrer a criança era a
sua obrigação profissional e também como ser humano.
O QUE INFORMOU O MUNICÍPIO
O prefeito, Pedro Sérgio Kronéis,
informou ter determinado ao Departamento de Saúde apurar o caso e tudo está sob
responsabilidade da Procuradoria do Município.
Doutor Luiz Henrique é proprietário da
empresa que contrata os médicos para trabalhar no Hospital de São José da Boa
Vista.
SOBRE A DOENÇA QUE MATOU BRENDA
Segundo a literatura médica “o volvo
intestinal acontece quando o intestino dá voltas ao redor dele mesmo, causando
uma interrupção do fluxo sanguíneo e consequente necrose das alças
intestinais”. A necrose é a morte de parte do intestino. Essa torção geralmente
está relacionada à má rotação intestinal, o que ocorre principalmente no
primeiro ano de vida, incidindo igualmente em meninos e meninas.
DA APURAÇÃO PELA POLÍCIA
A morte da criança foi comunicada à 10ª
subdivisão Policial de Londrina por Adriana Moreira Salera Batista, a mãe de
Brenda, e pelo Boletim de Ocorrência de nº 2020/1065748. O Boletim lavrado em
Londrina foi imediatamente encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de
Wenceslau Braz, onde o Delegado Miguel Chibani instaurou Inquérito Policial
para apurar eventual erro médico.
Pelo fato da vítima ser menor e haver
suspeita de um crime contra a vida, ainda que culposo (sem intenção), a
investigação não depende da vontade da família, ou seja, mesmo que peça o
arquivamento da investigação, isso não ocorrerá, pois só poderá ser determinado
pela Justiça, depois também de ouvido o Promotor de Justiça.
Fonte : Londrina Nesws e NPDiário.